Maria Cecília Prado

Ela é uma das grandes referências de jornalismo de beleza do país. E das poucas mulheres na casa dos 50, que não se intimida diante da câmera, e usa isso a seu favor.

Quem é você?

Sou a Maria Cecília Prado, jornalista especializada em beleza e criadora do site beautyeditor.com.br. Tenho 52 anos e crio conteúdo de beleza em várias plataformas (site, Instagram @mceciliaprado, YouTube), colaboro com veículos de comunicação e também atuo como consultora no mercado de beleza e de bem-estar.

Como começou a trabalhar com beleza?

Oficialmente, fazendo freelancers para as revistas Máxima e Elle (nas quais trabalhei posteriormente como editora). Extra-oficialmente, desde criancinha. Eu criava catálogos de produtos de beleza em cadernos de desenho, fazendo as ilustrações e os textos. Já escrevia reviews e nem sabia, rsrs…

O que você faz para se sentir bonita?

Para mim, beleza tem a ver com equilíbrio. Me sinto muito melhor quando dormi bem, fiz exercício e consegui dividir o meu tempo entre o que precisava e o que queria fazer. Mas cuidar com carinho da pele e passar um corretivo, um batom e uma máscara para cílios sempre ajudam – são rituais que me trazem tanto autoconfiança como bem-estar.

Depois de atuar em publicações como a revista Elle, ela lançou seu canal de conteúdo.

Você atua em um meio dominado por moças de vinte e trinta anos. Como lida com suas inseguranças?

Adorei que você fez essa pergunta. No início me sentia um pouco insegura – me perguntava o que as pessoas achariam de uma mulher madura atuando nesse meio. Mas aí fui entendendo que a minha bagagem como jornalista faria com que minha abordagem tivesse uma cara própria, mais aprofundada. E que ser mais velha era, na verdade, uma vantagem, pois posso falar com públicos de diferentes idades. Resumindo: posso não ter a aparência fresca dos 30 (adoraria, claro, acordar com menos olheiras), mas me gosto muito. E me gosto mais ainda quando consigo, até por conta de não me intimidar com as cobranças alheias, ajudar outras mulheres a também fazerem as pazes com a sua imagem.

O seu livro, “A Beleza dos Signos”, tem dicas de como valorizar as qualidades de acordo com o signo. Poderia compartilhar algumas?

Escrever esse livro foi muito divertido, associou duas paixões, a beleza e a astrologia. Alguns exemplos: enquanto Áries tende a gostar de um estilo mais vibrante, piscianas preferem tudo que é mais romântico. Já as geminianas são o suprassumo do moderno, adoram novos conceitos e visuais. Mas há uma mensagem comum para todos eles: conhecer a si mesmo é o que faz de você uma pessoa única, e é o que vai imprimir personalidade e beleza à sua aparência.

“Beleza não é buscar a perfeição, e sim expressar o carinho que você sente por si mesma.”

Você trabalha com beleza há muito tempo. Quais as mudanças que observa na relação das mulheres com autoestima e autocuidado?

Acho que estamos, aos poucos, nos afastando dos padrões e tentando encontrar um caminho próprio de beleza e de estilo. Ao longo desses anos, vi as cacheadas se libertarem da chapinha e da escova definitiva, mulheres plus size abraçarem suas formas, e agora estou observando (e vivendo) um movimento de aceitação da própria idade. Outra coisa que tem mudado é a consciência na hora da compra. Tem se tornado mais comum encontrar consumidoras preocupadas com o propósito de seus produtos – se são cruelty free e/ou clean, se a embalagem é reciclada/reciclável… E essa tendência só tende a se acentuar.

De que forma você acredita contribuir com a autoestima feminina?

Dando o exemplo de autoaceitação. E passando uma mensagem contínua de que beleza não é buscar a perfeição, e sim expressar o carinho que você sente por si mesma. Ter um ritual de skincare ou fazer uma maquiagem caprichada jamais deve ser obrigação, mas sim ferramenta para nos sentirmos mais seguras e mais confortáveis na própria pele.

Nos seus canais, você apresenta inúmeros produtos de beleza. Você testa tudo o que recebe? Como funciona esse processo?

Posto apenas aquilo que consigo avaliar. Recebo muitos produtos, mas não acredito que valha à pena mostrar por mostrar – quero prestar um serviço que seja realmente relevante para quem me acompanha. Destaco aquilo que chama a minha atenção pela fórmula, pelo sensorial, pelo resultado que proporciona ou pelo ineditismo na proposta ou na forma de atuar. 

Em um dos seus posts no instagram, apresentando batons coloridos.

Qual sua ideia de felicidade?

Saborear uma refeição deliciosa e tomar um vinho na companhia de pessoas que amo. Se o dia for ensolarado e estivermos em uma varanda ou ao ar livre, o momento fica ainda melhor.

Defina 2020 em uma frase. E crie outra frase que expresse seus desejos para 2021.

2020: o ano em que tivemos que nos reinventar. 

2021: o ano em que, espero, essa reinvenção comece a frutificar. E também aquele em que possamos usufruir daquelas pequenas coisas que hoje sabemos que valem tanto – um passeio despreocupado, um encontro com os amigos, um beijo e um abraço.

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