Barbara Burgos

Astróloga há quase vinte anos, ela conta um pouco sobre como as conexões astrológicas interferem na nossa personalidade.

Quem é você?

Barbara Burgos, 44 anos, astróloga.

Como começou a trabalhar com Astrologia?

A primeira formação em Astrologia caiu de para-quedas; eu tinha 23 anos, emprego, sócios, casamento, plano de vida… Aquilo me tomou de assalto e fui fluindo, estudando. Mas sempre tive o receio de que não daria conta de realizar uma consulta, da responsabilidade que é aconselhar alguém a tomar decisões que podem mudar tudo…

Durante muitos anos, conciliei os atendimentos de astrologia com outras funções – advogada, produtora, tradutora, empresária. Até que percebi que a única atividade constante que me trazia felicidade era a astrologia! Seria preciso encará-la com medo mesmo. Então, em 2014, assumi o papel de astróloga e ali começou uma vida nova, tremendamente enriquecedora.  

“A questão da idade é muito particular:e existem mapas mais “precoces” e outros de realização tardia. 

Já desejou ser outra pessoa?

Houve um tempo em que pensava muito nisso e não tenho vergonha nenhuma de admitir! Não queria ser uma outra pessoa específica, uma cópia, mas lembro da ideia do “estou cansada de ser eu” vir a cabeça. 

Com tempo, calma e muito autoconhecimento pude identificar que a origem deste pensamento vinha da repetição de padrões. Situações e comportamentos que me tocavam como um disco quebrado, reflexo de uma personalidade que se doava em demasia e que não sabia receber. 

O que significa tempo astrológico?

O tempo na Astrologia é contado pelo movimento dos planetas. Cada um tem sua órbita ao redor do Sol e os planetas mais lentos, que demoram no caso de Jupiter 12 anos e no caso de Plutão 248 anos para completar a sua volta, vão moldando a história da nossa civilização. Um exemplo de uma contagem de tempo é o encontro dos planetas conhecidos como Cronocratores, Jupiter e Saturno que em 2020, conjuntos ainda a Plutão, promovem mudanças políticas e sociais importantíssimas. Uma verdadeira aceleração e quebra de paradigmas!

É verdade que depois dos 30 anos o ascendente passa a reger a nossa personalidade?

Mito! O que acontece é que conforme vamos vivendo as experiências mostradas no mapa, automaticamente vamos conhecendo todo o potencial que ele tem. Por isso não só o ascendente como todos os outros eixos e aspectos ficam mais aparentes. Esta questão da idade é muito particular e existem mapas mais “precoces” e outros de realização tardia. 

“O mapa não é apenas uma representação celeste; mostra ferramentas e recursos internos para que aquela pessoa possa transitar por qualquer situação.

Quais as principais conexões astrológicas que determinam a personalidade e influenciam a forma como as pessoas se relacionam?

Temos a tríade Sol, Lua, ascendente que já nos dá informação sobre a essência, e o que emociona e motiva aquela pessoa. Mas também olhamos os aspectos que estes pontos provocam em outros planetas e eixos, para determinar o que eu chamo de “coloratura” daquele mapa. 

O planeta Vênus nos mostra como a pessoa se relaciona com as outras e com o mundo material, e também seus valores. Fazemos, então, a mesma coisa com Marte. Estes são os planetas rápidos, e eles é que diferenciam a personalidade de cada um.

Quando você se olha no espelho o que você vê?

Achei a pergunta ótima porque mudei de casa três semanas antes da quarentena. Não deu tempo de colocar espelhos nos banheiros e nem quadros nas paredes. Fiquei desde março me vendo pela câmera do Zoom!

Semana passada, meu marido colocou um espelho de pé no meu escritório. Aquele baque de se olhar inteira, depois de tanto tempo e tanta coisa. Mas adorei o que vi! Uma mulher de 44 anos que após os 40 se libertou e foi viver sua verdade, que cansou de dar satisfação e foi SER.

Como a astrologia pode colaborar com o autoconhecimento?

A astrologia serve para absolutamente tudo nesta vida, não à toa existem tantos ramos de especialização. Mas a primeira e mais importante função dela é o autoconhecimento. O mapa não é apenas uma representação celeste, ele dá chaves, mostra ferramentas e recursos internos para que aquela pessoa possa transitar por qualquer situação e não se tornar refém da vida. É como viver com um GPS no bolso, você só erra o caminho se quiser!

Uma das artes que utiliza nos posts do seu instagram.

Júpiter faz sua última conjunção com Saturno em um signo de terra, encerrando uma série de 200 anos. O que vem a seguir?

A partir de Dezembro, estes dois planetas se encontrarão novamente, mas em outro elemento, o Ar. Este será o marco de uma nova forma de viver, e já tivemos pistas disso durante este ano inteiro. Esta mutação ou travessia, como eu prefiro chamar, se completa até 2024 com o ingresso de Plutão em Aquário. Vivemos os últimos 200 anos vibrando no elemento Terra, que simboliza o trabalho lento e constante, o acúmulo de riquezas e bens materiais, a busca pela solidez e segurança. Estas características são visíveis na estrutura da nossa sociedade e nas gerações nascidas antes do anos 80. 

Passaremos então a vibrar no Ar que, diferente da Terra, fala sobre consumo e de coisas, versa sobre temas da mente, da ciência, da propagação do conhecimento, do espaço que o Ar precisa para circular. A internet está aí há 20 anos e só agora muita gente percebe que não precisa morar na cidade em que se trabalha, ou que é preciso repensar seus hábitos de consumo.

O que vai valer ouro daqui para frente é o que sai do seu cérebro e da sua boca, não do seu bolso. O famoso “menos é mais” será o normal agora; e quem já embarcou nesta tendência, de menos peso e mais rapidez, já está muito bem encaminhado.  

Qual sua ideia de felicidade?

 Isso muda muito! Há os dias em que é a sensação de dever cumprido, ou observar a cor do céu no Outono, rir (muito!) ou até abrir o fecho do sutiã de noite antes de tomar banho, aquela sensação de liberdade, sabe?

Enfim são muitas, mas a principal ideia de felicidade para mim é sentir a minha paz de espírito.

Defina 2020 em uma frase. E crie outra frase que expresse seus desejos para 2021.

2020: só consigo pensar em um palavra: “GATILHO”

2021: que a ponte que ainda atravessaremos comece a se abrir em avenidas largas!  

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