Alessandra Fattori Dias de Souza

Atleta amadora de natação e de outros esportes, Alessandra é pura emoção ao ver as conquistas das nossas medalhistas olímpicas. Aos 50 anos, está construindo um novo caminho profissional, mais próximo do que gosta, o esporte.

Quem é você?

Alessandra Andréa Fattori Dias de Souza. Atleta amadora, apaixonada por esporte e movimento e, agora, empreendedora.

Quando você olha no espelho, o que vê?

Alguém que não se enxerga com a idade que tem, me sinto jovem e mais leve e livre que minha idade cronológica!

Como o esporte surgiu pra você e que lugar ele tem na sua vida?

Surgiu desde criança, nado desde os 8 anos de idade, nunca parei, sempre tenho a lembrança de escola e natação, esta era a minha segunda casa! O esporte faz parte de mim, do meu jeito de ser, seja nas roupas, no ar mais despojado e divertido, é o que me faz bem, é onde conheci e fiz grande parte das minhas amizades e relacionamentos! E agora representa também meu novo mundo profissional!

Alessandra, idealizadora do Movimento Esporte Conecta. Foto: Renée Carlos Marques

Consegue precisar o número de competições que já participou e quantos troféus e medalhas acumulou ao longo da sua vida?

Difícil… Sempre competi. Além da natação, na fase adolescência também fiz jazz, musculação, body-combat, ballet, aeróbica. E, já na fase adulta, fiz também triathlon, e ai as provas se multiplicaram: natação na piscina e em águas abertas, corrida trail, corrida rua, duathlon e o próprio triathlon.

Soma-se a isso, tinha os Jogos do Sesi, que são os jogos dos trabalhadores, onde nadei por algumas das empresas que trabalhei, conseguindo em uma delas ir para o Mundial, em Portugal! Foi muito bom!

Você tem uma carreira consolidada no mundo corporativo como engenheira na área de qualidade. Recentemente você resolveu se dedicar a um outro tipo de energia: a do esporte. Como foi essa transição?

A transição ainda está sendo construída, estou aproximando meu mundo esportivo com algo que também possa ser minha profissão. Estou literalmente aprendendo, fazendo. O mundo digital é totalmente novo, e o mundo do esporte como profissão também; mas, é o meu meio, é onde sempre estive. Tem esse lado “suave”, mas nada fácil, pois agora sou empreendedora, o que muda muito em relação à estabilidade proporcionada por grandes empresas em que sempre trabalhei.

Tenho que ser “todas as áreas”, ser a executora e também a diretora e a aprendiz. Mas têm sido muito bom, grandes amigos e aprendizados surgindo!

Saindo do treino.

Como surgiu e o que é o Movimento Esporte Conecta?

Quando eu criei a conta no instagram “@segueaale”, em maio de 2021, foi para aproveitar o início das lives. Era início da pandemia e as lives estavam “bombando”. Eu já estava vislumbrando uma possibilidade de divulgação de conteúdos inspiradores através de lives, além do meu trabalho no blog da CiaBemViver (uma outra conta que comecei em parceria).

Consegui reunir rapidamente muita gente da área esportiva, e meus conteúdos começaram a focar efetivamente no esporte. Desta forma, acabou surgindo o Movimento Esporte Conecta.

De que forma você acha que o Esporte impactou a vida das pessoas durante a pandemia, especialmente as mulheres?

Impactou demais e de forma super positiva! Pois aquelas que eram ativas, queriam continuar, mas de repente se viram desnorteadas, sem poder sair de casa para se exercitar ao ar livre ou na academia. Minha professora de personal da época,  minha mãe, minha irmã, algumas amigas que nadavam comigo… Aí, dei a ideia para a minha professora fazer aulas on-line e, conclusão, deu super certo! Todo dia estávamos conectadas e se exercitando!

A gente está acompanhando um movimento importante pelo mundo de valorização das mulheres com mais de 50 anos. Como foi a chegada dos 50 pra você?

Muito natural. Como disse no início, não me sinto com a idade cronológica! Só é estranho mencionar “cinquenta”, mas me sinto muito bem e realizando mais coisas no mundo do esporte do que antes. E o fato de me manter sempre ativa, tenho certeza que me ajudou neste sentimento e neste bem “viver” do corpo.

50 anos em 18/05/21.

Há alguns dias você participou do desafio Bisa, uma importante prova de natação em águas abertas em dupla, nadando quase 20 quilômetros ao longo de mais de 15 horas. Como foi?

Foi divino! Local maravilhoso, perfeita organização da @swim.bisa. Estar este tempo todo ao lado de pessoas que acreditam em você, que vibram na mesma energia, sejam os amigos, que foram como staff, a organização e lógico, meu parceiro que aceitou o meu convite. E ainda por cima fazendo meu esporte preferido, foi lindo e enriquecedor. Corpo e alma agradecidos e já com gosto de quero mais!

Como você vê a ascensão das mulheres no esporte – este ano já temos um número muito maior de mulheres competindo nas Olimpíadas e a previsão é que nas próximas esse número se equipare ao de homens?

Eu vejo que as mulheres estão mais determinadas a fazerem o que têm vontade e acreditam mais em seu potencial, sem precisar de aval masculino para entenderem que podem fazer o que decidirem fazer. Se jogam no esporte que escolheram e vão com foco e fé! Além de serem mais cuidadosas, pois procuram orientação física e nutricional para começar do jeito certo!

Chegada da BISA junto ao meu parceiro de desafio, Flávio Miranda. 37 Km nadando em dupla, revezando de uma em uma hora. Foi em 22/07/21, em 15h29’53”.

Falando em Olimpíadas, quanto te inspira ver uma atleta brasileira  levar um ouro olímpico na modalidade que você compete?

Ver qualquer modalidade esportiva durante as Olimpíadas, para mim, que sou atleta amadora e gosto de esportes em geral, já é bastante motivante e inspirador. Mas, sem dúvida, quando se trata daquele esporte que você pratica, ou já praticou, como é o caso do triathlon e da natação, seja piscina, ou águas abertas, o gostinho é bem mais especial.

E quando a Ana Marcela Cunha ganha um ouro olímpico é motivador, inspirador e emocionante! A gente com certeza torce mais!

Como mulher e atleta, qual é a energia que te move?

Para se coerente com o que criei e efetivamente acredito: minha energia vem do movimento e do esporte que, pra mim, sempre foi e é emoção e conexão! É inspirar para movimentar!

É união, é superação, é pra ficar junto, é para ser a “gente”!

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